BICAMPEÃO: Clube comemora 100 anos e arrancou empate no fim de partida dramático, com um jogador a menos.
Da ameaça de greve
por conta dos salários atrasados a campeão da década. Em jogo dramático
na tarde deste domingo (19), o Parnahyba arrancou um empate com o River
em 2 a 2 nos últimos minutos e conquistou o bicampeonato piauiense de
futebol. O resultado frustrou a torcida tricolor, que lotou o estádio
Lindolfo Monteiro, em Teresina (PI), esperando uma conquista do Galo.
Fotos: Raoni Barbosa/Revista Cidade Verde

O
Parnahyba jogava pelo empate, mas saiu perdendo por 2 a 0 ainda no
primeiro tempo, com gols de Kamar e Jeferson. O time azulino diminuiu
logo no início do segundo tempo com Gilmar Bahia, que foi expulso mais
tarde. Porém, um gol contra de Jó garantiu o 2 a 2, faltando menos de
cinco minutos para o fim da partida.
O título
garantiu ao Parnahyba a vaga para representar o Piauí na Série D do
Campeonato Brasileiro de futebol a partir de junho e também na Copa do
Brasil de 2014. Mais que isso, é o maior presente até agora no
centenário azulino. O clube completou 100 anos de fundação no dia 1º de
maio e pouco pode comemorar por conta dos problemas financeiros.
Campeão em 2012, o Tubarão já havia ficado com a taça em 2004, 2005 e 2006. Cinco títulos estaduais nos últimos 10 anos.



O capitão Luciano recebe o troféu do título. Ele marcou o gol da vitória por 1 a 0 no primeiro jogo, em Parnaíba
Pedradas, hino e chute de miss
No
dia 12, em Parnaíba, o atual campeão piauiense venceu por 1 a 0,
resultado que o fez depender do empate na partida de volta, em Teresina,
para conquistar o bi no ano do seu centenário. Com melhor campanha em
todo o torneio, o River precisava vencer por qualquer placar para forçar
a prorrogação, na qual dependia do empate para ficar com o título.
Antes
da partida, os azulinos reclamaram de agressão. O clube denunciou que
teve o ônibus apedrejado de madrugada e ainda passou a noite em claro
por conta de rojões soltos nas imediações do hotel onde se hospedou. A
polícia chegou a ser acionada e dirigentes ameaçaram não disputar a
decisão se faltasse segurança.

Isac do Acordeon, de 10 anos, e o hino nacional
O
River optou por reformular o uniforme branco. Adotou as listras
vermelha e preta em diagonal, a exemplo do homônimo clube argentino. O
Parnahyba estampou o tradicional azul. Cores que contrastavam com o
gramado do Lindolfo Monteiro, manchado em diversos tons de verde e
marrom. Os buracos confirmam que o estádio foi castigado pelo número de
partidas ao longo do torneio.
O hino nacional,
em cumprimento a lei estadual, foi executado pelo garoto Isac do
Acordeon, de 10 anos de idade. O talento já fez a mesma apresentação na
visita da presidente Dilma Rousseff (PT), em Teresina no mês de janeiro,
e no jogo entre Flamengo (PI) e Santos (SP), pela Copa do Brasil, no
último abril. A Miss Teresina, Aline Machado, deu o ponta pé inicial.



Primeiro tempo
Quem
precisava atacar era o River, mas o primeiro lance de perigo foi do
Parnahyba. Rian cruzou da esquerda aos 3 minutos e a bola atravessou
toda a grande área, na frente do gol, sem que ninguém a tocasse.
Aos
9 minutos, o alívio. Na cobrança de falta do River do lado esquerdo, a
bola acertou a trave. Anderson Kamar pegou o rebote e abriu o placar
para o tricolor: 1 a 0.
O jogo aéreo tricolor
rendeu outros dois lances de perigo. As cabeçadas passaram perto do gol.
Aos 15 minutos, em cobrança de falta sofrida por Tiago Marabá, o chute
de Tote passou perto do travessão.
Aos 34min, o
River quase marca. No cruzamento da esquerda, Kamar ficou quase deitado
para cabecear. A bola saiu rente a trave. Dois minutos depois, a bola
veio da direita para o mesmo atacante que, em frente ao goleiro,
cabeceou para o chão e perdeu a chance de ampliar.
Um
minuto depois, o Parnahyba mostrou que o Tubarão estava vivo. O rápido
cruzamento da direita foi interceptado por Jó, que marcava Zé Rodrigues
na pequena área e impediu o gol de empate.
A
partida era lá e cá. Logo aos 38min, Jeferson chutou com a perna
esquerda no canto direito do goleiro Aranha, que falhou na defesa. O
alambrado ficou pequeno para o riverino, que tirou o uniforme e ficou
com a camisa da torcida organizada para comemorar. O ato rendeu cartão
amarelo ao jogador.

Segundo tempo
O
Parnahyba sabia que precisava marcar pelo menos um gol para pressionar o
River e tentar o empate no tempo normal. Foi para cima logo aos dois
minutos e quase reduziu a diferença, mas a cabeçada de Eridon não
acertou a meta.
As investidas do Tubarão
surtiram efeito. Aos 8 minutos, Rian cobrou falta do lado direito e
Jeferson ainda tentou desviar de cabeça, mas Gilmar Bahia chegou na
segunda trave e empurrou para o gol com a coxa: 2 a 1.

Gilmar Bahia comemora o gol que colocou o Tubarão de novo no jogo
O
clima do jogo esquentou. O árbitro Antonio Dib Sousa teve que conter os
ânimos e puniu com cartão amarelo Luciano e Ramon, ambos do Parnahyba,
por faltas cometidas.
Aos 18 minutos, o empate
saiu do cruzamento de Rian da esquerda e chegou aos pés do atacante
Fabinho já na pequena área, mas o jogador chutou por cima do gol. Três
minutos depois, o goleiro Robinho teve de espalmar chute de fora da área
de Eridon.
O time riverino começou a perder
com a contusão do atacante Gabriel, que já substituía o titular e
lesionado Maranhão. Sem opções, o técnico Edson Porto lançou o meia
Isael no time, primeira alteração na partida. O Galo passava a pender
para a defesa.
Paulo Moroni mudou depois. Tirou
o atacante Zé Rodrigues e colocou Raiff na posição em busca do gol. O
técnico não contava era com a falta de Gilmar Bahia em cima de Kamar,
aos 37 minutos. Autor do gol do Tubarão, o zagueiro levou já havia
tomado cartão amarelo em lance anterior e foi expulso.
No
entanto, quem tinha um a menos ganhou reforço do lado adversário. Aos
41 minutos, na cobrança de falta de Rian, Jó acabou fazendo contra e
empatando a partida: 2 a 2.



Moroni
tirou o volante Luciano e colocou o zagueiro Marcos Gasolina para
fechar o Tubarão. Já nos acréscimos, Barata entrou no lugar do atacante
Fabinho. No River, Curiri foi para o lugar de Tiago Marabá tentar a
última cartada. Mas não houve tempo para nada.
A
renda da partida foi de R$ 57.690 para 4.424 torcedores pagantes, 458
não pagantes, 248 em serviço. Total de 5.128 pessoas no Lindolfo
Monteiro. Só a minoria azul saiu feliz.
River 2 x 2 Parnahyba
Kamar (9' 1T), Jeferson (39' 1T), Gilmar Bahia (8' 2T) e Jó (contra, 41' 2T)
RIVER: Robinho;
Tote, Aderaldo, Jó e Rodolfo; Célio, Neto, Jeferson e Tiago Marabá
(Curiri); Kamar e Gabriel (Isael). Técnico: Edson Porto
PARNAHYBA:
Aranha; Ivan, Eridon, Gilmar Bahia e Rian; Ramon, Idelvando, Luciano
(Marcos Gasolina), e Capela; Zé Rodrigues (Raiff) e Fabinho (Barata).
Técnico: Paulo Moroni.
Arbitragem: Antonio Dib Moraes Sousa, Thyago Costa Leitão e Edmilson Timóteo.
Cartões amarelos: Jeferson (River), Ivan, Luciano, Ramon e Gilmar Bahia (Parnahyba).
Cartão vermelho: Gilmar Bahia (Parnahyba), segundo cartão amarelo por falta.
Fonte: Cidade Verde